Foto: José Luiz França/ABRH/Divulgação
Por que coletar, organizar e analisar dados sobre o comportamento dos colaboradores de uma companhia é crucial para os negócios? O que é o People Analytics e por que esse recurso tem ganhado importância no dia a dia das empresas?
Estas foram algumas das perguntas feitas por João Lins, consultor da PwC e professor do Departamento de Administração e Recursos Humanos da FGV, no início de sua apresentação no evento + Café & + Gestão, que reuniu os profissionais da ABRH-SP Metropolitana Oeste, aqui em Alphaville. Lins apresentou os resultados de uma pesquisa conduzida pela PwC sobre a utilização do People Anlytics em empresas de mais de dez segmentos da indústria brasileira.
Elas foram divididas em quatro estágios de utilização da ferramenta: 26% estão no primeiro nível, em que contam com a ferramenta apenas para obter informações básicas sobre os funcionários. A maior concentração (40%) está no segundo estágio, de utilização de métricas (estatísticas e comparações). O terceiro nível, análise dos dados, concentrou 24% da amostra. E, por fim, apenas 10% das companhias afirmaram utilizar o recurso para fazer previsões – função considerada a mais promissora da ferramenta.
Um destaque da pesquisa foi a pergunta sobre a utilização do People Analytics nas tomadas de decisão. “Trinta por cento das empresas disseram que usam muito pouco na tomada de decisão. Este foi um dado que consideramos preocupante”, afirmou Lins. Segundo ele, as pessoas dizem perceber que o benefício potencial é grande, mas não conseguem aplicá-lo ainda.
A segunda parte do encontro foi a apresentação de um case pelo palestrante Marcelo Nóbrega, diretor de recursos humanos da Arcos Dourados, operadora dos restaurantes McDonald’s na América Latina, e autor de Você Está Contratado!
Ele contou como o People Analytics o ajudou a entender o que havia por trás do assustador indicador de 170% de turnover dos funcionários. “Antes de tirar conclusões, fizemos perguntas, tivemos curiosidade, pensamos em possíveis respostas diferentes.” Foi assim que descobriram, por exemplo, que parte da insatisfação da equipe de loja tinha a ver com nada mais que o boné que compunha o uniforme. “Quando o atendente abaixa para digitar, o boné interrompe o contato visual, quebrando a empatia com o cliente.” Hoje, o uso do boné é opcional e, em função de muitas outras descobertas como essa, o turnover da empresa está em 70%.
Para Marcelo, o segredo da utilização do People Analytics está nas perguntas de quem gerencia a ferramenta. “Mais do que um ferramental estatístico, estamos falando de mindset para resolver problemas.”
Material produzido pela ABRH-SP Metropolitana Oeste
Article by channel:
Everything you need to know about Digital Transformation
The best articles, news and events direct to your inbox
Read more articles tagged: People Analytics